Capitão da PM lançará livro na região do Seridó

O Capitão PM e Médico psiquiatra, Epitácio de Andrade Filho comunica o lançamento de sua obra literária. A obra intitulada "A saga dos Limões: negritude no enfrentamento ao cangaço de Jesuíno Brilhante" será lançada entre os dias 8 e 10 de julho, nos municípios de Currais Novos, Acari, Caicó, Catolé do Rocha-PB, Patu e Messias Targino durante uma série de eventos com debates sobre a temática abordada no referido livro.

Quanto a programação:


No dia 8 o livro será lançado no município de Currais Novos, durante o evento "Cangaço e negritude – Jesuíno Brilhante e Os Limões", na Escola Estadual Cap-Mor Galvão. Em Acari, será lançado na Pousada Gargalheiras, a partir das 20 horas, e amanhã teremos o lançamento do "Circuito Turístico do Cangaço".

“O fenômeno do “CANGAÇO” teve dois momentos distintos nas terras da Ribeira do Acauã. No século XIX, por volta de 1874, Acari foi palco da “Revolta do Quebra-Quilos”, um movimento popular contra a Lei Imperial que aconteceu envolvendo as principais vilas do Seridó: Acari, Currais Novos, Flores, Jardim e Príncipe(Caicó) e grande parte do Nordeste. Tal ocorrência preocupou as autoridades da época. Em virtude de que à rebelião fazia oposição ao decreto que impunha a implantação de um novo sistema métrico, com seus habitantes saqueando feiras e destruindo pesos e medidas do comércio.

Quando atuei na gestão do Museu de Acari, obtive informações sobre o Cangaço por meio da história oral. Em visita a Fazenda Caiçarinha, segundo Pedro Pergentino, nos relatou que “a presença de Jesuíno Brilhante em terras acarienses ocorreu quando “ELE” se refugiava na “casa de pedra”, nas proximidades do Rio Carnaúba, precisamente na Fazenda Caiçarinha do Cel. Antonio Galdino. 

 Outro momento importante do cangaço em Acari foi da presença do cangaceiro Antonio Silvino. Naquela época, durante sua passagem nas redondezas, houve um encontro com as filhas do Cel. Silvino Bezerra. Antonio Silvino ordenou que todo o bando fechasse os olhos, deixando-as passar sem acontecer nenhuma indelicadeza. Também, Antonio Silvino ameaçou invadir a sede da Fazenda Pendanga, mas o fato não foi consumado.

Nas terras da ribeira do Acauã, o “Capitão Antonio Silvino” ou “Rifle de ouro” circulou com boa relação no território da Carnaubinha até o Cajueiro, sendo por diversas vezes, acolhido na residência de Possidônio. Esteve ainda, pernoitando na Carnaubinha onde foi conduzido por um vaqueiro de confiança, até ultrapassar as fronteiras da Paraíba com segurança. Também, circulou na Fazenda Pedra e Cal, recebendo acolhida na propriedade de Manoel Bezerra de Araújo Galvão. Este dava ordens a Júlio Bezerra para que conduzisse o bando de Antonio Silvino, fazendo a travessia do rio Acauã, passando pelas terras da Fazenda Manoel Antonio até atingir as cercanias da Fazenda Cajueiro. 

 Outros causos são contados na historiografia oral, onde cangaceiros estiveram convivendo em Acari livremente no anonimato. Cabendo aos pesquisadores a busca pelos retalhos de um fenômeno que teve sua projeção cultural e social nas terras do sertão acariense”.(Sérgio Enilton)



Em Caicó, será lançado no Restaurante Brilhante, quando haverá homenagem ao Poeta Chico Mota, e em Catolé do Rocha, na Paraíba, com debate sobre "Catolé – Praça de Guerra". No dia 10, Epitácio lança a obra em Patu, durante o "Patu Cangaço – Junco Livre" e em Messias Targino, durante o lançamento da Pedra Fundamental do Memorial Chica Brejeira (1884-2003) – "Matriarca da negritude potiguar".

O pesquisador social é natural do município paraibano Catolé do Rocha, mas foi criado em Patu, terra natal de Jesuíno Brilhante. Em entrevista, no programa da Rádio Gargalheiras FM, o Escritor Epitácio Andrade, respondeu a várias perguntou indagadas por Benildo Nogueira, e afirmou que despertou o interesse pelas histórias do cangaço desde muito cedo, ainda na infância.

O livro, que retrata a história dos principais opositores do cangaceiro Jesuíno Brilhante, é uma produção independente. O Escritor nos informa que "Esse trabalho tem como principal objetivo desmitificar o cangaceiro, através da ilustração de fatos históricos do cangaço", afirma Epitácio.

Em suas buscas e pesquisas contou como fonte de pesquisa a visita em lugares de memória, casas de cultura e, principalmente, obras memorialistas como o livro de Raimundo Nonato, "Jesuíno Brilhante, o cangaceiro romântico", e o ficcionista Ariano Suassuna, que dedicou "A pedra do reino" ao cangaceiro.

Outras fontes de pesquisa utilizadas por Epitácio foi a recuperação da primeira produção cinematográfica no Rio Grande do Norte, dirigida pelo cineasta Willian Cobbett, natural de Ipanguaçu, intitulada "Jesuíno, o cangaceiro". Segundo Epitácio, o livro traz também várias histórias contadas pelo diretor de fotografia desse filme, Carlos Tourinho.

Em companhia de Kydelmir Dantas, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço relataram sobre a importância da temática para a interiorização do turismo. Afirmou ainda, que o interesse pelos estudos do cangaço, fez com que o pesquisador entrasse há seis anos para o rol de membros da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.

Quanto as relíquias encontradas pelos pesquisadores da história de Jesuíno Brilhante e seus opositores, está um cadeado e uma chave, encontrados há trinta anos, na fazenda do Coronel João Dantas de Oliveira, no Sítio Patu de Fora. As peças museológicas foram encontradas pelo escritor Emanuel Cândido do Amaral, autor da revista "Jesuíno Brilhante em Quadrinhos", da série Igapó, editada na década de 1980, pela Fundação José Augusto, com apoio da Prefeitura Municipal de Patu (Gestão 1983-1988) e da Associação Cultural Universitária Patuense (ACUP).

Segundo Epitácio Andrade, afirma que Emanuel Cândido doou as peças durante a abertura do XIII Fórum do Cangaço, realizada na última segunda-feira (13), para a o acervo da Estação Cultural de Patu.

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