Agora é pra valer / Delegados da Polícia Civil do RN decidiram iniciar estado de greve a partir da próxima quinta-feira



Depois de três paralisações de advertência, em protesto contra a falta de condições de trabalho, os delegados da Polícia Civil do Rio Grande do Norte decidiram iniciar estado de greve a partir da próxima quinta-feira, dia 22.

Neste dia, eles, que continuarão trabalhando normalmente dando expediente nas unidades em funcionamento durante a greve dos agentes e escrivães, se reunirão novamente para avaliar o resultado da audiência com a equipe econômica do Governo do Estado.


De acordo com a Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Norte (Adepol/RN), a categoria voltou a contestar as informações prestadas pelo secretário de Planejamento e Finanças do Estado, Obery Rodrigues, de que os delegados haviam recebido um aumento salarial de 31,28% no mês passado.

Para eles, isso é uma tentativa de colocar a população contra a categoria.
Em nota oficial, a entidade revelou que o último reajuste salarial da categoria foi em 2010 e que, o que aconteceu no mês de julho passado foram cortes ilegais nos salários de parte dos servidores da Polícia Civil.

“Também não foram pagos o 1/3 de férias e as representações de funções e promoções, direitos legalmente assegurados, sem qualquer tipo de comunicado aos servidores afetados”, explicou, em nota oficial.

O fato já havia sido denunciado na semana passada pela presidente da Adepol/RN, Cláudia Saraiva, quando os delegados se uniram aos agentes e escrivães em protesto na Assembléia Legislativa do Estado.
Além disso, a entidade denunciou ainda que muitos delegados estão pagando do próprio bolso a compra de materiais de expediente, manutenção das viaturas policiais e até o uso de veículos particulares em diligências, por causa da falta de viaturas oficiais descaracterizadas.

O fato de muitos também acumularem a responsabilidade por várias cidades no interior é um dos pontos reclamados pela categoria, que sofre um déficit de quase 200 profissionais em todo o Estado.
“Além de acumular diversos municípios sem receber nenhuma remuneração por isso, eles ainda são obrigados a tirar plantões de mais de 60 horas, o que é humanamente impossível e que compromete a qualidade do serviço prestado à sociedade”, afirmaram os delegados.

A categoria reivindica a melhoria da estrutura física das delegacias de polícia; a nomeação imediata de concursados; a solução para os cortes feitos no orçamento da Polícia Civil; a retirada total dos presos que ainda estão custodiados nas cidades do interior e outras situações desgastantes enfrentadas hoje pelos servidores da instituição.

Alessandra Bernardo

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